Educação permanente em saúde e desenvolvimento adulto: a experiência das oficinas fotográficas de sensibilização do olhar / Permanent health education and adult development: an experience based on the Eye's Sensitization Photography Workshop

Este artigo apresenta e analisa uma iniciativa de formação no trabalho desenvolvida como parte da produção de um livro sobre experiências de Educação Permanente em Saúde (EPS) do Sistema Único de Saúde, na qual os dois primeiros autores atuaram com equipe de facilitadores. A Oficina Fotográfica de Sensibilização do Olhar foi realizada em três diferentes localidades brasileiras. A oficina utilizou como principal recurso metodológico artefatos fotográficos rudimentares e, como método, os percursos fotográficos no território de atuação dos profissionais. A produção de narrativas imagéticas também contou com vivências de sensibilização de outros sentidos além da visão ­ como a vivência do silêncio e do uso das habilidades táteis. A produção de narrativas sobre o trabalho em saúde tornou possível o estranhamento do cotidiano laboral favorecendo, desse modo, o desenvolvimento humano dos participantes e o reconhecimento do valor das estratégias de EPS que partem da realidade de cada Lugar.

This paper presents and analyses an initiative of training at work developed as part of the production of a book on experiences in Permanent Health Education (EPS) of the Brazilian Unified Health System (SUS), in which the first two authors worked with a team of facilitators. The Eye's Sensitization Photography Workshop was conducted in three different Brazilian locations. The workshop used as its main methodological resource rudimentary photographic devices and, as the method, photographic walkings in the working territory of the professionals. The production of visual narratives also counted on experiences of sensitization of other senses beyond sight ­ such as the experience of silence and the use of tactile skills. The production of narratives about health work leaded to the estrangement of the everyday life in workplace, thus favouring participants' human development, and the recognition of the value of EPS strategies that consider the local reality.

"Tá ligado?": adolescência em ritmo de videoclipe

Este estudo tem como objetivo compreender de que forma uma comunidade escolar vem vivenciando as questões da adolescência, para que a psicologia possa refletir sobre suas concepções de desenvolvimento, normalidade e aprendizagem. Para isso realizamos uma série de observações participantes e uma oficina de videoclipe com adolescentes de ensino médio e do curso normal de uma escola pública estadual de Porto Alegre. Esses/as adolescentes foram responsáveis pela produção de todas as etapas de construção do videoclipe. A análise das informações foi realizada através da Hermenêutica de profundidade que busca primeiramente compreender o saber dos sujeitos que compõe o campo de estudo. Posteriormente faz uma análise sócio-histórica (para entendermos como são produzidas esses saberes), uma análise formal ou discursiva (para compreender a estrutura e organização das formas simbólicas) e a interpretação/ re-interpretação (síntese de possíveis significados). Nossa técnica de análise formal ou discursiva foi uma análise dialética, pois a maneira que encontramos de problematizar de forma mais efetiva os múltiplos elementos com que estávamos trabalhando e que foram expressos em onze temas trazidos pelos/as participantes: mídia, imagem, produção de imagens, música, amigos/as e Inimigos/as, lugar, processo vivenciado pelo grupo, relacionamentos afetivos, adultos, drogas e política. A oficina de videoclipe mostrou-se como um instrumento interessante e produtivo para a geração de informações da pesquisa, assim como um instrumento para efetivarmos trabalhos em educação e saúde com adolescentes para desenvolver reflexões e práticas de cuidado consigo mesmo e com os/as outros, da mesma forma que pode ser uma maneira de problematizarmos as questões relativas à mídia. Ela possibilita a apropriação de recursos que podem trazer uma compreensão diferenciada da produção midiática e permite que criem estratégias para serem sujeitos como espectadores e como produtores de mídias alternativas. Acreditamos que a relação entre mídia e adolescência precisa de problematização e que os conceitos, as compreensões e as práticas que os envolvem podem ser instrumento de libertação dentro do campo da saúde e da educação (AU)